quarta-feira, julho 27, 2005

CARRÉ À MINEIRA PARA DOIS

Essa é uma história sobre culpa e redenção, como a maioria. E, por isso, comum.

domingo, julho 17, 2005

PÓS- ESCRITO A "SÓCRATES TALVEZ ESTIVESSE CERTO"

Essa aqui é de graça, apenas para comemorar a chegada do domingo. Também, por que estava ficando inquieto: será que o texto anterior funcionou, porque estou incerto quanto a isso. Quem sabe não engane alguns por aí? Eu próprio não sei o que pensar. E isso não necessariamente é uma boa coisa. Será que um texto precisa fazer sentido para ser bom? Ou ele precisa ser bom para ter um sentido. Tá legal, agora estou viajando. Mas é por isso que gosto tanto de escrever nesse meio. Tenho total liberdade de experimentar e dizer bobagens, sem o comprometimento que o papel traz. Ainda vou fazer um texto sobre o assunto. Enquanto isso, bom resto de semana para todos.

sábado, julho 16, 2005

SÓCRATES TALVEZ ESTIVESSE CERTO

Temos poucas certezas na minha vida. O pior de tudo é nenhuma delas é absoluta, cortesia dessa faca de dois gumes que chamamos "interpretação". Nem mesmo candidatas fortes como as fatais ( "A morte é inevitável" ) ou infames ( "Á única certeza é que nada é certo." ) conseguem resistir a uma argumentação bem pensada ou a simples teimosia de um dos lados. Você pode convencer alguém a sentir fome se for um hipnotizador. A meu ver, é a pessoa que determina para si o que pode considerar como certo. Isso, claro, descartando o hipnotizador. Vou dar um exemplo: meus amigos acham que demoro muito a entrar no assunto, que enrolo ao invés de falar logo o que quero. Eu discordo. Construo uma elaborada introdução, uma "ambientação intelectual", se preferir. Dessa forma, meu interlocutor poderá entender de onde veio minha idéia, quais os elementos que guiaram até chegar ao principal, o motivo pelo qual começamos a conversa, o que pretendo transmitir e, com sorte, provar que é válido. Ou seja, não apenas valorizando, como auxiliando minha argumentação quando estiver defendendo meu ponto de vista. É como quando você aborda alguém por quem você sente atraído. Imagine o que aconteceria se você chegasse com uma frase de efeito como: "Aí, tenho camisinha. Tá a fim?" É óbvio que vai dar errado. Você começa puxando papo, procurando elementos em comum e outros que podem ser usados para causar uma impressão atraente no seu objeto de desejo. E se você não é o Tom Cruise, que diz "Oi" e consegue até vaga para estacionar, isso é muito importante. Para alguns, todo esse jogo é desperdício de tempo, mas para outros, não só indispensável como prazeroso. "Jogo de sedução", como chamam. Que também podem ser chamados de "preliminares verbais", mas essa é outra história. Sei que fui prolixo agora, mas quis registrar esse pensamento. O problema em montrar uma boa introdução a argumentação é justamente a facilidade em perder o foco. Esse é um perigo constante, que te persegue principalmente durante a argumentação em si até a conclusão. Pior é quando a pessoa nem percebe que está se alongando além do necessário. Uma boa introdução deve apontar os pontos de vistas que levaram a idéia principal, a razão da argumentação. Quanto mais divergentes forem, melhor. Desde, claro que tenham elementos em comum que possam ser costurados no tópico da discussão. Caso você resolva elaborar outros pontos ligados às fontes de sua idéia, você pode estar entrando num mato sem cachorro. Isso tudo é importantíssimo na hora de convencer o outro a compreender e aderir a sua idéia principal. Em outras palavras, a sua certeza pessoal. Tornar sua certeza pública, de modo que ela deixe de ser algo puramente individual, como uma alucinação, para um delírio em massa, é o melhor modo para fazer sua idéia prevalecer. Nossa História é cheia de exemplos de que isso funciona. Quanto mais pessoas convencemos, menos sozinhos nos sentimos. Menos sozinhos, mais apoio temos. Quanto mais apoio e certeza temos, mais completos nos sentimos. E menos medo temos por não termos certeza de nada.

terça-feira, julho 05, 2005

SÓ FALTA UMA COISA

É um texto pequeno. Se fosse definir, uma nota de rodapé do que deveria ser esse blogue. Quando comecei esse espaço, deveria lançar observações com uma periodicidade religiosa. Por um série de fatores, não foi possível e peço desculpas aos leitores que acreditaram nisso. Não fui mal intencionado, mas negligente. É um mal que me aflige e tento combater. Esse é primeiro passo. Pequeno, como esse texto, mas, se tudo correr como espero, um novo início. Todos temos nossa cota de pecados e mantemos nossas esperanças naquele glorioso dia seguinte, em que poderão ser lavados de nossas almas e apagados da memórias alheias. No entanto, esse "dia seguinte" é uma faca de dois gumes, pois podemos nos dar ao luxo de adiar nossos objetivos, porque, "sempre temos uma nova chance". O "dia seguinte" é o pior dos vícios, um anestésico para o crescimento pessoal. Mas, como disse, pode ser um estimulante, quando não usado como desculpa. Basta darmos um chute na preguiça e pronto. Um novo homem vai nascer. Esse texto é pequeno, porque não passa de uma confissão sussurada, aparentemente sem importância, mas que pode indicar toda uma nova história. O que quero dizer nessas linhas é que errei e espero ser perdoado. Não pelos outros, eles não importam. Mas por mim, consciente durante esse coma confortável. Chega de ser assombrado por fantasmas que invoquei. "Eu fiz isso isso e aquilo há 10000 anos atrás", nada disso importa. Somos julgados hoje por nossas atitudes isoladas e amanhã pelo conjunto da obra. Quando o dia do julgamento final chegar e não houver mais um dia seguinte, o que você dirá quando perguntarem o que você fez com sua vida? O que eu fiz? Um blogue é um espaço pessoal de experimentação e, por esse motivo, agora começarei minha redenção. Estamos todos sendo vigiados e, quando chegar a minha vez, que é breve, quero dizer algo mais do que "eu tentei". Ninguém tenta sem levar um ou vários tapas na cara. Era para ser um texto pequeno, mas quando a mágoa é grande, o desabafo se extende. E pensar que a idéia para isso surgiu de um comentário infame feito na saída do trabalho. Encontrei o cara com que trabalho e disse: "Se o Pink Floyd voltou em sua formação original, tudo é possível." Acredito nisso. Mas, para ser verdade, só falta uma coisa. E é nosso papel preencher esse vazio. A noite me deixa muito melancólico. Sinto como se estivessse realmente sobrevivendo no limite...