sábado, outubro 29, 2005

EU SOU O LIMÃO

Agora há pouco, estava na janela, bebendo cola- cola, quando a mão da Providência pe puxou e me levou até os céus. A viagem foi tão rápida que pude ver linhas amarelas paralelas se formando ao lado de meu corpo e minha mão se transformara num borrão cor- de - pele pontiagudo como a espada de São Jorge. Logo, me vi suspenso no céu, senhor do horizonte. Em meio às nuvens, ao som de "There's no other way" do Blur, me conheci, vi o que poderia ter em meu poder. Tive a primeira visualização do que posso ser. "Se Deus te deu um limão, faça uma caipirinha", como diz um ditado que muito cito. Eu sou o limão, prestes a ser tornar caipirinha. E aí, a realidade se assumirá como uma grande alucinação coletiva.

domingo, outubro 23, 2005

EU VOTEI "NÃO"

Após ter votado , fui andar na praia. Precisava ver o mar. Achava que assim, minhas idéias sossegariam e veria que tinha tomado a decisão certa. Por mais que uma parcela da população discorde, estou em paz comigo mesmo. Sentindo o vento em rosto e em meus cabelos , olhei pra o horizonte, mar adentro, em busca de uma coisa que me contradizesse ou que concordasse comigo. O mar me trouxe como resposta paz de espírito e fui para casa tranquilo.
Por mais contraditório que soe, votei "não" por ser um pacifista. Odeio armas e dizer que elas tenham uma função benéfica me parece tapar o sol com a peneira. Fiquei enojado com as campanhas para o referendo, de ambos os lados, que tratavam o público como um bando de acéfalos ( é assim que se escreve ? ). Jogadas puramente emocionais, em que nunca foi discutido como deveriam os reais motivos por trás do evento de hoje. Não lembro de ter sido amplamente divulgado que não se trata de um banimento total das armas ou quais seriam os riscos potenciais da proibição, como tráfico ilegal. Enfim, isso tudo logo será passado. Espero que não.
Perguntei, sem palavras, para o mar: edepois? O mar nada me respondeu. Mas, antes que tivesse chegado ao lugar onde parei para me consultar com o infinito, ouvi algumas conversas acidentalmente. Com a febre do momento, os cidadãos discutiam sobre seus pontos de vista, debatiam, enquanto cumprima o ritual dominical de ir à praia. Possivelmente, quando o vento atingiu meu rosto, pontos de vista e argumentações interessadas tenham vindo a mim. E, com a delicadeza de um sussuro, não percebi. Não sei se a discussão continuará, mas, se isso acontecer, aí sim, estaremos evoluindo. Dando os primeiros passos o exorcismo da demoníaca cultura do medo.
Estou em paz hoje. Quero continuar assim. É nossa função.
Não quero fechar com um clichê, mas, como diria um ditado, igualmente estereotipado: "uma andorinha sozinha não faz verão..."

domingo, outubro 02, 2005

PODER

O que é o poder absoluto? Não me refiro ao ser que o possui, mas à sensação. Como alguém se sabe detentora de poder absoluto? Acho que esse alguém é Paris Hilton.