terça-feira, agosto 23, 2005

PIRIPAQUE

"Eu não sei."
É uma afirmação honesta. Idiota, porém honesta. Meu amigo Omar a diz o tempo inteiro. Evitamos falar o indisfarçável com medo de parecermos fracos. Mas hoje tou numa de "foda- se". Claro que o fato de ninguém ler esse blogue me ajuda a tomar coragem. Sócrates, Omar Salomão e Eu gritamos, em coro: "Eu não sei!!!" E, em oposição a um ditado popular, ignorância é uma merda. Me preocupo porque estou me aproximando de mais um momento de virada na minha vida. Dentro de um ano, me formo e não terei mais como me esconder. A vida confortável de estudante filhinho- de- papai está segurando a respiração, pois o inevitável acena do outro lado da rua. O prazo de validade da moleza tá terminando, mané. Logo, você vai estar tão desesperado atrás de um emprego que essa frescura de "o que quero com minha vida" vai embora rapidinho. Vai ser foda!
"Eu não sei!"
Entretanto, ainda tenho um ano... 365 dias e 6 horas para me decidir sobre o que pretendo fazer e começar a trabalhar nisso. Parece muito, mas quando você percebe que não conseguiu chegar a uma resposta razoável num período de 365 dias x 22 ( não vou fazer essa conta, fala sério. ), começa a pensar com alguma seriedade ( ou dramaticidade ) no assunto. O tempo está passando. Sei pelo som do tique- taque do relógio e pela arma encostada na têmpora da minha testa. O que quero fazer?
"Eu não sei!"
Ser um jornalista, cineasta, atendente de telefone, ... No curso de Comunicação Social, essa é a pergunta mais popular entre os estudantes. Costumo brincar que é um celeiro para os indecisos. Ao contrário de meus colegas, no entanto, eu tinha uma idéia do que queria fazer. Mas, de uns tempos para cá, estou repensando. Comprometer- se com um ofício é o casamento mais sério de todos. Afinal, o coração sempre está aberto para o amor, mas o mercado ( bata na madeira ), geralmente, é uma puta rancorosa que não dá segunda chance. A não ser que você tenha os meios para tirar banca de "estudante profissional", o que não é meu caso. Por isso, "o que eu quero fazer?" torna- se uma pergunta séria e estarrecedora, devido a sua conotação de vida ou morte profissional. Nossa sociedade não permite fracassos. E o homem, com raras exceções, não vive fora da sociedade. É um silogismo cruel. Como não quero me tornar um comunista de botequim ou movimento de bravata, tenho que não apenas encontrar uma solução para meu dilema, como pôr minhas intenções em prática. Enquanto nada decido, a noite chega, deixo a decisão para amanhã e aumento a pressão. O que quero fazer?
"Eu não sei!"
Talvez a forma de acabar com isso seja responder com certeza e clareza uma outra pergunta relacionada. O que eu posso fazer?...

E, NA PRÓXIMA SEMANA, NÃO PERCA MAIS UM "PIRIPAQUE", COM A MAIOR DE TODAS AS QUESTÕES HUMANAS:

QUEM VEIO PRIMEIRO, O OVO OU A GALINHA?

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ei! Eu visito o seu blog! E não sou o gordo mal encarado que senta no fundo escuro do bar. Quero falar com você, cara, sobre revistas literárias, contos, jornalecos e outras idéias.

1:22 AM  

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